Mateus 1:18-23

Sempre tentamos nos lembrar dos aniversários daqueles que são importantes para nós na vida. Também nos lembramos dos aniversários daqueles que são importantes para nossa vida de fé. A pessoa mais significativa em termos de nossa vida cristã é, obviamente, Jesus, e lembramos de seu aniversário no dia de Natal. Ao lado de Jesus, Maria é a pessoa mais significativa para muitos cristãos, e é justo que a igreja se lembre de seu aniversário.

É impossível saber quando exatamente Maria nasceu, mas o dia 8 de setembro tem sido tradicionalmente o dia em que a igreja comemora o aniversário de Nossa Senhora. Em geral, acredita-se que a data de 8 de setembro foi escolhida para celebrar a Natividade de Maria porque o ano civil começou em Constantinopla em 1º de setembro. Os estudiosos acreditam que essa data foi escolhida porque era simbólico que o "início" da obra de salvação deveria ser comemorado próximo ao início do novo ano. Mais tarde, a solenidade da Imaculada Conceição de Maria foi fixada em 8 de dezembro, exatamente nove meses antes.

Quando desejamos a alguém um feliz aniversário, estamos, de certa forma, agradecendo pelo nascimento e pela vida dessa pessoa. Hoje, damos graças pelo nascimento e pela vida de Maria. A leitura do evangelho para a festa de hoje tem a ver com o nascimento de Jesus, e não com o nascimento de Maria, e isso é correto e adequado. Celebramos o nascimento e a vida de Maria por causa do nascimento de Jesus, porque ela se tornou a mãe do Salvador. Maria sempre aponta para seu Filho! Maria não nos oferece a si mesma, ela nos oferece seu Filho, Emmanuel.

Nossa pintura renascentista italiana de Andrea di Bartolo retrata o nascimento de Nossa Senhora em um ambiente doméstico. Atrás da cortina vermelha aberta de sua cama, a mãe de Maria, Ana, descansa após o parto. Seu marido, Joachim, está sentado do lado de fora do quarto. Ele tem um olhar calmo e sereno. Ele percebe que sua recém-nascida não é uma criança comum e parece perdido em pensamentos, sem perceber sua companheira. A bebê Maria está de pé sobre pernas robustas, apoiada e admirada por duas criadas, todas interagindo de forma divertida umas com as outras. Outra criada despeja água de um jarro para que Anna possa lavar as mãos. Uma quarta mulher entra pela porta, trazendo um frango assado para a nova mãe. Ela olha para fora do quadro diretamente para nós, atraindo-nos para a cena. A ênfase no humano e no familiar - esse frango está quase no centro da pintura - tornou a Virgem e sua família acessíveis aos espectadores e trouxe os eventos sagrados para a esfera de sua própria experiência.