Mateus 11:25-30

A leitura de hoje é uma leitura que muitas vezes tem me intrigado um pouco. Jesus reza a seu pai e diz: "...Eu o abençôo, Pai, por esconder estas coisas dos sábios e dos inteligentes e revelá-las a meras crianças.'. À primeira vista podemos pensar que Jesus está agradecendo a seu Pai porque escondeu o Evangelho dos sábios e inteligentes, mas o revelou aos pescadores incultos como Pedro. Isto significa, portanto, que é errado ser intelectual? Isto significa que Deus não se importa com os instruídos? É claro que não. Mas o problema está dentro da atitude que às vezes podemos demonstrar em relação aos Evangelhos.

Ter uma abordagem excessivamente intelectual ou científica da fé cristã levaria ao perigo de, por exemplo, querer provar a existência de Deus usando métodos científicos. Ou tal abordagem poderia banalizar os maiores milagres de Deus e deixar de ver a natureza divina neles. Mas a ciência só pode ser usada para explorar a criação. Ela não pode explorar o Criador. Portanto, Jesus nos apresenta a necessidade de termos uma fé infantil. Isto não é uma fé infantil, mas uma fé infantil. Uma criança é completamente dependente dos adultos para segurança, amor, carinho, educação e conhecimento. Da mesma forma, uma pessoa fiel depende de Deus de uma maneira que é absolutamente dependente.

A pintura de Joseph Wright de Derby foi pintada em 1766, em plena época do Iluminismo, quando a ciência tomou o centro do palco e foi amplamente celebrada. Foi então que, de certa forma, nosso fenômeno do Cientismo do século XXI (crença excessiva no poder do conhecimento científico para fornecer o único conhecimento genuíno da realidade) começou. A pintura mostra um filósofo dando uma palestra sobre o Orrery na qual é colocada uma lâmpada simbolizando o Sol, e explicando como os Planetas giram em torno do Sol. A representação de Wright da maravilha produzida pela pesquisa científica, marcou uma ruptura com as tradições de pintura anteriores, na qual a representação artística de tal maravilha era reservada principalmente para eventos religiosos. É uma pintura muito marcante, no entanto. A única fonte de luz é a iluminação magistral dos rostos. Para Wright, as maravilhas da era científica eram tão imponentes quanto os temas das grandes pinturas religiosas...

Mas a Escritura não pode ser abordada apenas com a mente. A palavra de Deus também fala ao coração e só então ganha vida por completo!