Mateus 14:22-36

O pintor que estamos vendo hoje, François Boucher, estava perfeitamente sintonizado com seu público, fornecendo-lhes pinturas frívolas, de boudoir, celebrando a cor, a emoção e a ludicidade. Fornecedor das cortes reais da França (nossa pintura ainda está alojada em Versalhes), ele pintou principalmente o que seus patronos queriam ver. Embora Boucher seja mais conhecido por suas pinturas sensual, esta mostra um lado mais contido e mais sério. As bordas da tela são escuras. É noite. O mar é selvagem. Os anjos olham do céu para baixo. São Pedro deixou o barco e "começou a caminhar em direção a Jesus através da água, mas assim que sentiu a força do vento, ele se assustou e começou a afundar". "Senhor! Salva-me!" gritou ele. Jesus agora está estendendo sua mão. Pedro olha para Jesus em total dependência. É um momento de união espiritual para os dois amigos. Os outros discípulos desviam o olhar do cenário, com medo ainda dos mares agitados e da tempestade.

Eu amo a figura de Peter retratada em nossa pintura. Sempre o discípulo aventureiro, ele quis mostrar sua confiança e amor por Cristo de uma maneira notável. Ele argumentou que se Jesus fosse capaz de caminhar sobre as águas, certamente Jesus o deixaria fazer o mesmo. No início, tudo estava bem: Pedro caminhou até Jesus, mantendo-se inteiramente concentrado nele. Mas depois nos dizem que ele sentiu a força do vento e começou a afundar. Ele tirou os olhos de seu amigo, perdeu o foco e começou a questionar as coisas. O que estou fazendo no meio do Mar da Galileia caminhando sobre a água? Quão forte é esta tempestade? Será que eu sobreviverei? Será que vou conseguir chegar até Jesus? Todos nós nos identificamos com Pedro. Mas Jesus não o deixou afogar-se nem um pouquinho para lhe dar uma lição. Não, nos dizem que Jesus estendeu sua mão de uma vez e o segurou... Ao afundarmos em nossos próprios mares de preocupações às vezes, Jesus nos agarra pela mão... Tudo o que temos que fazer é manter nosso foco nele.